Carnaval. Blocos enfrentam riscos por causa do calor extremo. Especialistas fazem alerta

Especialistas alertam foliões para o perigo de ficarem expostos ao calor extremo. Foto Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil.
Os blocos de rua do Carnaval 2025 podem se transformar em cenários de risco para foliões diante da onda de calor intenso que atinge o Brasil, com temperaturas acima de 40°C no Rio Grande do Sul e sensação térmica ainda mais elevada em outras regiões. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o centro-oeste gaúcho lidera o alerta, mas todo o Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste registrarão máximas entre 34°C e 38°C nos próximos dias, combinando umidade alta e radiação solar extrema. A exposição prolongada a essas condições eleva o risco de insolação, desmaios e até colapso por hipertermia, especialmente em aglomerações.
A previsão do Inmet indica que o calor seguirá acima da média climatológica em pleno período de folia, com mínima chance de alívio: apenas chuvas isoladas e breves em algumas áreas. No Centro-Oeste, a combinação de umidade e calor pode ampliar a sensação de abafamento, enquanto no Nordeste, termômetros devem superar 38°C no interior. Médicos reforçam a necessidade de hidratação constante, uso de roupas leves e evitar álcool em excesso. “É uma situação crítica: o corpo não consegue dissipar calor adequadamente em multidões, e o risco de desidratação severa é real”, alerta um especialista do Inmet.
Estereótipos indígenas no carnaval

O Museu das Culturas Indígenas, em São Paulo, inaugura neste sábado (1º) a instalação “Representatividade x Representação: é só uma homenagem?”. A mostra fotográfica analisa como escolas de samba do Anhembi (SP) e da Sapucaí (RJ) retrataram temas indígenas em desfiles, muitas vezes reforçando estereótipos. Com curadoria compartilhada por educadores indígenas do museu, a visita guiada aborda tradições ancestrais e problematiza o uso de cocares, pinturas corporais e grafismos étnicos sem consulta às comunidades.
A exposição, que segue até 30 de março, questiona a apropriação cultural e defende a inclusão efetiva de povos originários na criação de enredos, fantasias e letras de samba. O debate central destaca a diferença entre representação (frequentemente exótica) e representatividade (voz autêntica indígena). O Museu das Culturas Indígenas fica no Parque da Água Branca, no bairro da Água Branca, zona oeste de São Paulo. O endereço completo é Av. Brasília, 2.729 (Água Branca). A entrada é franca aos sábados.
Exposição celebra 60 anos da “Jovem Guarda”

O Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo inaugurou a exposição “Jovem Guarda: 60 Anos de um Brasil em Ritmo de Rock”, celebrando o movimento cultural que revolucionou música, moda e comportamento juvenil nos anos 1960. Com mais de mil itens – como discos raros, roupas icônicas e fotos inéditas -, a mostra rememora o programa de TV Jovem Guarda (1965-1968), liderado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. O espaço destaca a conexão pioneira entre artistas jovens e seu público, introduzindo no Brasil o rock influenciado pelos EUA, guitarras elétricas e uma estética despojada, com jeans e minissaias, que simbolizou a liberdade de uma geração.
Apesar do sucesso, o movimento enfrentou resistência: em 1967, artistas como Elis Regina e Gilberto Gil lideraram a Marcha contra a Guitarra Elétrica, criticando-a como símbolo de alienação cultural durante a ditadura. Curiosamente, o nome Jovem Guarda originou-se de uma frase de Vladimir Lênin, adaptada por um jornal da época. O programa popularizou gírias como “é uma brasa, mora!” e impulsionou uma indústria cultural que incluía até bonecos licenciados. A exposição também revela participações surpreendentes, como Jorge Benjor e Sérgio Reis, que posteriormente seguiram rumos opostos.
Com curadoria de Washington Morais e sua filha Ingrid, a mostra resgata histórias como a da cantora Lilian Knapp, símbolo da emancipação feminina no movimento, e destaca seu legado em bandas dos anos 1980, como Legião Urbana. Aberta no MIS-SP, a exposição exibe itens como o primeiro LP de Roberto Carlos e partituras manuscritas, com entrada gratuita às terças e na terceira quarta-feira do mês. “Eles transformaram a juventude em identidade cultural”, resume Ingrid, sublinhando a influência duradoura da Jovem Guarda.
Sevani Matos continua à frente da CBL
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) empossou nesta quinta-feira (27) sua diretoria para 2025-2027, com Sevani Matos à frente do segundo mandato consecutivo. A chapa “O livro nos une” manteve Diego Drumond (vice-administrativo), Hubert Alquéres (vice de operações) e Luciano Monteiro (comunicação e sustentabilidade). O plano estratégico da gestão inclui cinco pilares: consolidar a liderança da CBL no setor, ampliar parcerias com o poder público e entidades internacionais, equilibrar a cadeia produtiva, impulsionar o mercado via dados e fortalecer a instituição.
Em discurso, Sevani Matos, diretora-geral da VR Editora há 16 anos, destacou compromissos como políticas públicas para acesso à leitura, internacionalização de obras nacionais e práticas sustentáveis. A entidade, fundada em 1946, assume o desafio de recuperar o mercado pós-pandemia e inovar diante das transformações do setor. Informações são do PublishNews.
Memorial no lugar do Dops da Lapa

O Ministério da Cultura estuda reaver o prédio da ex-Polícia Central na Lapa (RJ), usado pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) para perseguir e torturar opositores durante o Estado Novo e a ditadura militar. O objetivo é transformá-lo em um memorial em homenagem às vítimas da repressão, como Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, promovendo reflexão sobre direitos humanos e democracia.
A ação se baseia no Termo de Transferência de 1965, que permite à União retomar o imóvel caso não cumpra sua função original — abandonado há 40 anos, o local hoje está deteriorado. O projeto visa resgatar a memória do espaço, convertendo-o de símbolo de violência estatal em centro educativo contra o autoritarismo. A iniciativa reforça a política de transformar locais de trauma em ferramentas de conscientização histórica.