José Roberto Aguilar expõe “Amazônia Vida” na DAN Galeria Interior, na paulista Votorantim
Está em cartaz a partir de hoje, 14, na DAN Galeria Interior, na paulista Votorantim, a mostra “Amazônia Vida”, na qual o artista plástico José Roberto Aguilar mergulha nas dimensões físicas e simbólicas da Amazônia por meio da pintura, retratando a floresta como uma entidade viva, repleta de cor e movimento. Suas 31 telas e a instalação “Guardiões das Águas” exploram a relação entre a natureza e a humanidade, os ciclos da vida, o conceito de tempo e a impermanência.
“Tentar categorizar a arte de Aguilar é correr atrás do vento”, escreve o jornalista Leonor Amarante. José Roberto Aguilar entrou na cena artística brasileira no início dos anos 1960, quando foi selecionado para participar com três pinturas na VII Bienal São Paulo. A partir daí integra as mais importantes manifestações artísticas do país. Seus trabalhos e intervenções ao longo de seis décadas vão desde a pintura – passando por videoarte, videoinstalação, performances – à liderança da Banda Performática.
Aguilar participou de várias edições da Bienal de Arte de São Paulo e realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior – Japão, Paris, Londres, Estados Unidos e Alemanha. Suas pinturas estão presentes no acervo de museus no Brasil e no exterior (Museu de Arte Moderna – Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea – São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea – Niterói, Museu de Arte Brasileira -SP, Hara Museum-Japan, Austin Museum of Art-US) e também integram importantes coleções particulares (Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Haron Cohen, Greg Ryan, Joaquim Esteves, Jovelino Mineiro, Miguel Chaia, Roger Wright, Ricardo Akagawa, João Carlos Ferraz entre outros). Em meados nos anos 1990, tornou-se diretor da Casa das Rosas, dinamizando aquele espaço cultural com grandes exposições sobre cultura brasileira (1996-2002) e iniciativas pioneiras com arte e tecnologia. O seu trabalho como gestor cultural fez com que fosse convidado pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil, para ser o representante do Ministério em São Paulo (2004-2007). Atualmente, Aguilar concentra em seu acervo importantes obras e documentos da história da arte e da cultura no Brasil. Compreende quadros, instalações, fotografias, documentos, livros, entre outros.
Para o curador Fábio Magalhães, “Aguilar sempre pintou como um lutador. O embate entre tintas e tela e a coreografia gestual são atores importantes na construção da sua poética visual. Isto é, o artista desenvolve um verdadeiro corpo a corpo com a tela, numa relação veloz entre pensamento e ação. Basta visitar seu ateliê para perceber que, nesses embates pictóricos, seus golpes de tinta extravasam, em muito, os limites da tela.”
Desde 2004, o artista se divide entre São Paulo e Alter do Chão, no Pará, onde mantém casa, ateliê e uma forte relação com a floresta amazônica e a comunidade ribeirinha local.
“O bioma amazônico acende uma nova poética no meu trabalho, onde as forças indomáveis da floresta tropical confrontam a sensibilidade urbana. Em Alter do Chão, mergulho na vastidão do ecossistema amazônico, onde a luz de cada manhã e o matiz de cada pôr do sol revelam a vida oculta da floresta. Aqui, entre as vinhas, os pássaros e a sabedoria dos xamãs, encontro um mundo onde tudo está conectado, onde a vida e a morte dançam em um ciclo contínuo de renovação”, diz José Roberto Aguilar
Sobre o artista
José Roberto Aguilar (São Paulo SP 1941)
Pintor, videomaker, performer, escultor, escritor, músico e curador.A partir dos anos 1950, José Roberto Aguilar realiza obras que possuem um caráter mágico-expressionista, em diálo go com a abstração, caracterizadas pela espontaneidade na pintura, obtida pela aplicação rápida da tinta. Autodidata, integra o movimento performático-literário Kaos, em 1956, com Jorge Mautner (1941) e José Agripino de Paula. Em 1963, expõe pinturas na 7ª Bienal Internacional de São Paulo. Considerado um dos pioneiros da nova figuração no Brasil, participa da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1965. Na Série Futebol 1 (1966), emprega manchas de cor e tintas escorridas, em cores contrastantes, causando grande impacto pelo caráter fantástico das figuras disformes. Por volta de 1963, sua obra passa a revelar preocupações político-sociais. O artista realiza experiências com pinturas a spray e pistola sobre grandes superfícies de tela. Por meio dessas técnicas, obtém efeitos originais, captando a atmosfera dos luminosos em néon, típica das metrópoles atuais.
Nessa época, passa a pintar com spray e pistola de ar comprimido. Vive em Londres, entre 1969 e 1972, e em Nova York, entre 1974 e 1975, época em que inicia suas experimentações com vídeo. Volta a morar em São Paulo em 1976. No ano seguinte, participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com a instalação Circo Antropofágico Ambulante Cósmico e Latino-Americano Apresenta Esta Noite: A Transformação Permanente do Tabu em Totem, em que expõe 12 monitores de TV no palco do Teatro Ruth Escobar. Em 1981, além da Banda Performática, lança o livro A Divina Comédia Brasileira. Em 1989, realiza a performance Tomada da Bastilha, com a participação de 300 artistas, assistida por cerca de 10 mil pessoas em São Paulo. Nos anos 1990, faz pinturas em telas gigantes e esculturas em vidro e cerâmica.
Em 2002, na exposição Rio de Poemas, Aguilar realiza uma série de telas inspiradas em textos literários, como o conto A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa (1908 – 1967). A atração pela literatura e pela mitologia são constantes na produção do artista. Ele apropria-se da escrita e dos signos gráficos, tornando-os elementos integrantes de suas telas. Em suas pinturas, apresenta uma dinâmica multidirecional e revela a articulação de emoções. Nas telas da série Rio de Poemas, o artista diminuiu a gestualidade, produzindo pinturas quase diáfanas.
Serviço
DAN Galeria Interior
Amazônia Vida – José Roberto Aguilar
Curadoria de Fabio Magalhães
Abertura no dia 14 de setembro das 10h às 16h
Período expositivo: de 14 de Setembro de 2024 à 14 de janeiro de 2025
Av. Ireno da Silva Venâncio, 199 – Protestantes, Votorantim
Galpão 20 A
De segunda a sexta-feira das 10h às 18h e sábados das 10h às 13h
Agendamentos no WhatsApp – 15- 99136 0301