O bolero nasceu em Cuba e hoje é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
O Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) acaba de incluir o Bolero entre as manifestações culturais representativas do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade (PCI). A indicação aconteceu hoje (5), durante a 18ª sessão do comitê, que se realiza em Kasane, Botswana.
A candidatura do bolero como PCI foi apresentada à entidade, em março de 2022, pelos ministérios da cultura do México e de Cuba por meio do dossiê “Bolero, identidade, emoção e poesia feita canção”. Participaram do processo autores, compositores, arranjadores, músicos, intérpretes, académicos, promotores culturais e seguidores dessa prática cultural dos dois países.
O Bolero nasceu em Cuba no ano de 1883 e se espalhou pelo México e outros países latino-americanos. Com suas letras líricas, de amor e desgosto, bem como sua percussão cadenciada, acompanhada de guitarras, baixos, pianos e sopros tem sido transmitido de geração em geração, dando forte sentido de identidade coletiva, pois muitas pessoas se identificam com sua prática no ambiente familiar e comunitário, em espaços como festas, serenatas, até nos momentos de luto. As reuniões especiais para interpretação e escuta do bolero são chamadas boemias, no México, e downloads ou peñas, em Cuba.
O prestígio que alcançou e a sua apropriação por diferentes setores da população levaram à sua expansão na América Latina e noutros países de língua espanhola, bem como noutros continentes como a Europa e a Ásia.
Cuba e México mantêm um diálogo cultural que cresce dia a dia “ao ritmo do bolero”.