“O Pequeno Príncipe – O Musical” ganha destaque com visagismo e roteiro inovador
Cada vez mais o departamento de visagismo de grandes espetáculos vem ganhando destaque por suas incríveis criações e detalhes que impressionam a plateia, em cartaz no teatro Villa Lobos, em São Paulo, “O Pequeno Príncipe – O Musical” está sendo indicado para algumas premiações, justamente na categoria de maquiagem. O make up designer Anderson Bueno é o nome por trás das transformações que encantam o público.
“A maquiagem é a lapidação do personagem que está sendo criado pelo ator. Mesmo que seja um personagem bem definido pelo autor, o ator traz características únicas, e a maquiagem ajuda a dar cor para essas características”, comenta Anderson Bueno.
“O Pequeno Príncipe – O Musical” foi pensado para evidenciar os motes de superação, amor, fé e consciência ecológica trazidos pelo livro. O ineditismo e gancho inovador do roteiro fizeram com que o espetáculo tivesse apoio da família de Antoine de Saint-Exupéry, que, inclusive, passou à produção do musical informações e detalhes inéditos sobre a vida do autor.
Anderson Bueno é conhecido como o “mestre dos musicais”, pois assina o visagismo dos principais espetáculos do país, chegando a trabalhar com Yoko Ono, Patrick Dempsey, entre outros artistas nacionais. “Antes tínhamos apenas o Prêmio Avon de Maquiagem, que premiava apenas a maquiagem de diversos segmentos – passarela, teatro, audiovisual, moda entre outros. Hoje, com a popularização do teatro musical, muitos prêmios surgiram e felizmente, para minha classe, de maquiadores, eles não estão olhando apenas para o cenário e figurino”, comemora o maquiador.
Para se ter uma ideia da popularidade do protagonista, “O Pequeno Príncipe” é o livro mais vendido de todos os tempos, ganhando notoriedade mundial e produções teatrais, cinematográficas e musicais. Com roteiro de Sheila Dryzun, especialista no tema e que vem construindo o musical há quase cinco anos, e direção artística de Fernanda Chamma, “O Pequeno Príncipe – O Musical” traz ao público algumas curiosidades inéditas da vida do autor. “O público irá se surpreender ao descobrir que o conto é uma autobiografia de Saint-Exupéry, que, por exemplo, foi um aventureiro e aviador. Garanto que o texto está recheado de novidades e coincidências entre obra e autor”, comenta Dryzun.
“O espetáculo possui dois diferentes momentos. Quando o Pequeno Príncipe está em seu planeta ou nos planetas que visita, os tons da maquiagem são mais frios e quando está na Terra, temos a cor quente que predomina. Consequentemente, os personagens Raposa e Serpente apresentam cores mais vivas. Já a Rosa, que está no planeta do protagonista, tem a cor rosa, cor fria, predominante”, explica Bueno sobre a escolha da paleta de cores para o musical.
Devido a muitas trocas de figurinos e cenas com dança, a durabilidade da maquiagem foi ponto crucial para o desenvolvimento visagista de cada personagem. “Confesso que para essa montagem, a Fernanda Chamma foi muito precisa e brilhante na sua proposta. Cheguei com quase todo o departamento de criativos com suas propostas prontas, então, eu só lapidei o que faltava”, ressalta.
“Para o público, os personagens em destaque, como a Raposa, Rosa, Serpente e Vulcões chamam muito mais a atenção, porém, o ensamble ou coadjuvantes, que se dividem fazendo algumas participações, em especial a inicial, onde retratam a infância do autor, ao qual chamamos de Belle Époque, estão incríveis. Estes atores estão com uma maquiagem que são apenas rabiscos no rosto, inspirada pela pop art. A ideia é que esta maquiagem, assim como o figurino, sejam apenas esboços, como os desenhos do autor”, finaliza Anderson Bueno.
Imagem em destaque: Crédito da foto – Marcos Mesquita.