3 de dezembro de 2024

Museu no litoral norte paulista encanta e alerta sobre a ação humana contra a vida marinha

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Esqueleto de baleia jubarte de 13 metros de comprimento é um dos exemplares qwue integram o acervo com esqueletos reais de animais da atualidade. Museu da Vida Marinha - Divulgação

Localizado na praia Perequê-Açu em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, o Museu da Vida Marinha é uma das opções para os turistas durante a temporada de verão. Além de contar com a remontagem da exposição Gigantes Marinhos, que dispõe de diversas réplicas de animais pré-históricos que habitaram os oceanos, o museu ainda proporciona outras atrações para os visitantes: um acervo com esqueletos reais de animais da atualidade, taxidermia em tempo real que pode ser acompanhada pelos visitantes, um espaço temático de impactos, que conta com uma exposição sobre os impactos da atividade humana no ambiente marinho e uma parede de ossos de animais mortos, um espaço temático com informações dos trabalhos que são realizados pelo Instituto Argonauta em prol dos ambientes costeiros e marinhos, e uma casa sustentável com exemplos de energias renováveis que podem ser replicadas por qualquer um para otimizar os recursos naturais. Segundo o oceanógrafo Hugo Gallo, diretor do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, o objetivo do museu é conectar o público ao mundo marinho. “Os visitantes poderão conhecer e aprender sobre a evolução de algumas espécies e a importância da conservação da biodiversidade marinha”.

Uma das atrações do Museu é a exposição de Gigantes Marinhos, que contém réplicas de animais marinhos pré-histórico. (Créditos: Divulgação/Museu da Vida Marinha)

Na exposição de Gigantes Marinhos, o visitante fará uma viagem no tempo ao se deparar com réplicas em tamanho real de animais marinhos que habitaram os mares da América do Sul, sendo que alguns deles conviveram no mesmo período dos dinossauros, ou até mesmo antes do período Jurássico. São nove animais que compõem este acervo: uma lula gigante, um exemplar do molusco Amonita, um exemplar do gigante peixe Celacanto, um Trolobita (artrópode), dois exemplares do réptil marinho Plessiossauros, um de Pliossauro, um de Dakossauro e um do réptil marinho Ictiossauro, e um exemplar da gigante arcada dentária da espécie extinta de tubarão Megalodonte.

O acervo com esqueletos reais de animais da atualidade contém o esqueleto de uma baleia jubarte, que impressiona o visitante pelo seu tamanho: aproximadamente 13 metros de comprimento do esqueleto da baleia, que ocupa a parte principal da estrutura que comporta esse acervo. Além da jubarte – uma espécie de baleia avistada com frequência na região do litoral norte de São Paulo – há ainda outros exemplares de animais da atualidade, como o crânio de uma baleia cachalote, e os esqueletos de mamíferos marinhos como toninha, golfinho e foca-caranguejeira. Há também exemplares de aves da fauna marinha, como pinguim, fragata, gaivota, biguá, pardela, albatroz, entre outros. Entre os exemplares de répteis da atualidade, há nesse acervo esqueletos de tartarugas-cabeçuda e verde, carapaças de tartaruga-verde, oliva, pente e cabeçuda.

Já a sala da taxidermia – técnica que consiste em “empalhar” um animal morto – é um espaço que pode ser visto pelos visitantes, através de uma divisória de vidro. O procedimento é realizado por técnicos do Instituto Argonauta altamente qualificados para executá-lo, e é um processo científico que tem por finalidade promover a educação ambiental e fomentar a pesquisa através de trabalhos científicos.

O espaço temático de impactos chama a atenção do visitante principalmente pela parede de ossos, que é composta por ossos de animais mortos resultantes dos impactos causados pela atividade humana. Nele há ainda uma exposição que tem como objetivo promover a reflexão no visitante sobre o papel individual e coletivo do ser humano na preservação da natureza, e as consequências das ações antrópicas na fauna marinha, uma vez que foi somente após o surgimento dos homens que a natureza começou a sofrer os impactos, tais como aquecimento global, pesca predatória, e diversas formas de lixo no mar (plástico, esgoto, lixo industrial, etc.).

Parede de ossos impacta o visitante ao mostrar os resultados da atividade humana na fauna marinha. (Créditos: Divulgação/Museu da Vida Marinha)

O chamado espaço temático das soluções, possibilita que o visitante conheça as ações e a história do Instituto Argonauta, instituição que realiza a conservação do meio ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. A principal atração desse espaço são as câmeras instaladas no Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Aquáticos (CRETA), as quais permitem que os visitantes acompanhem em tempo real os pacientes em reabilitação no Centro do Instituto Argonauta, montado em parceria com o Aquário de Ubatuba.

Por fim, o ponto final da visita é na Casa da Sustentabilidade, com aplicações sustentáveis na prática em sua estrutura, mostrando ao público visitante como cada um de nós pode reduzir sua “pegada ecológica”. Entre as aplicações sustentáveis, estão a instalação de placa solar, móveis que foram construídos a partir do reaproveitamento de materiais, móveis feitos a partir de madeira de reflorestamento, produtos reaproveitados, tinta ecológica, claraboia, e reaproveitamento de água da chuva nos banheiros.

Quem já visitou o museu garante que é mais do que uma experiência: é uma transformação. É o caso da professora aposentada Carmen Lucia dos Santos, que é da cidade paulista de São José dos Campos. Na primeira oportunidade que teve, visitou o Museu da Vida Marinha em Ubatuba. Ela detalha como ficou encantada com as atrações. “Na visitação tive a dimensão de como a vida marinha é importante para o planeta e deve ser preservada. O que mais me chamou a atenção foram as réplicas dos animais e as atividades educativas oferecidas para as escolas. É um espaço amplo, agradável, organizado, interessante e que proporciona uma série de conhecimentos para quem visita. Meus netos ficaram impressionados com o acervo da exposição e com a quantidade de lixo que é retirada do mar”, comentou a professora, acrescentando ainda que os netos tiveram uma experiência transformadora. “As crianças também ficaram admiradas com o uso criativo do lixo reciclável para outros fins. Sem dúvida é um espaço muito educativo”, pontuou.

Ao final, o público ainda pode adquirir um ecoproduto da loja do Museu da Vida Marinha. “Ao comprar o ingresso ou algum produto da loja, todo dinheiro é revertido para a manutenção das atividades do Instituto Argonauta”, explica a bióloga Catherina Monteiro, que integra a equipe do museu.

Estrutura

O Museu da Vida Marinha dispõe de um auditório multiuso e outras duas alas com os acervos que contam a história da vida no mar e no planeta Terra desde o início. Também há sanitários e espaços que contemplam inteira acessibilidade, além de salas administrativas, departamento financeiro e salas de educação ambiental. A sede do museu foi projetada pela equipe de arquitetos da Terramare sob o conceito de construção sustentável, utilizando estruturas reaproveitadas de contêineres e uso de madeira reflorestada e telhados verdes.

O material que compõe o acervo é proveniente dos 25 anos de funcionamento e pesquisa do Aquário de Ubatuba e do Instituto Argonauta. O Museu da Vida Marinha é um projeto criado pelo Aquário de Ubatuba para dar suporte financeiro ao Instituto Argonauta, garantindo assim a continuidade dos trabalhos praticados há anos pela organização.

O museu estava instalado dentro do Aquário, mas foi ampliado e transferido para a base do Instituto Argonauta, em terreno cedido pela prefeitura municipal de Ubatuba, no bairro Perequê-Açu.

Serviço

O museu tem entrada gratuita para os moradores de Ubatuba, mediante cadastro que deve ser realizado presencialmente na bilheteria, com a apresentação dos seguintes documentos:

  1. Documento pessoal com foto;
  2. Endereço de residência;
  3. Comprovante de moradia fixa – no qual será aceito um dos seguintes documentos: RG de Ubatuba; Título eleitoral de Ubatuba; CNH de Ubatuba; Carteira de trabalho, ou holerite de Ubatuba; Carteira Profissional de Classe de Ubatuba; documento escolar dos filhos, como: carteirinha da escola; boletim ou comprovante de matrícula.

Maiores de 60 anos e crianças até 6 anos acompanhadas de um adulto pagante também terão acesso livre, mediante apresentação de documento de identidade.

Atualmente, funciona diariamente (de segunda a domingo), das 10h às 18h. O valor do ingresso é R$ 21,00, com meia entrada (R$ 10,50) para estudantes até 17 anos com carteirinha, estudantes universitários com documento, professores com carteirinha e menores de 12 anos.

Para agendamento de escolas e grupos especiais entrar em contato pelo telefone: (12) 38335789.

O Museu da Vida Marinha está localizado na Avenida Governador Abreu Sodré, 1067 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP.

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